6. OS DISCÍPULOS
"E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios (Plesso) do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus" (At.4:31).
Logo depois de serem soltos, Pedro e João retomaram aos irmãos, e relataram as ameaças dos principais sacerdotes e dos anciãos. Ao ouvirem isto, todos os irmãos oraram ao Senhor, o lugar em que estavam tremeu, e todos foram cheios do Espírito Santo.
Não creio que haja necessidade de muitas explicações, para vermos que esta passagem segue as precedentes, que já examinamos. Eles "ficaram cheios" do Espírito, e, imediatamente passaram a anunciar com ousadia a Palavra de Deus. Como já dissemos, em quase todos os lugares que examinamos o verbo Plesso, logo em seguida encontramos a conjunção "e". Aqui novamente ela pode ser encontrada, indicando que o enchimento concedido, visava capacitá-los a anunciar com intrepidez a Palavra do Senhor.
7. PAULO
"Partiu Ananias e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio (Plesso) do Espírito Santo" (At. 9:17).
O Senhor Jesus havia aparecido a Saulo, no Caminho para Damasco. Agora Ananias é enviado a ele, que recupere a vista e seja "cheio do Espírito Santo". Isso aconteceu quando Ananias lhe impôs as mãos.
Mas, teria uma finalidade específica este enchimento na vida de Saulo? Claro que sim. Vejamos o verso 20: "e logo nas sinagogas pregava a Jesus, que este era o filho de Deus". Para esta tarefa, Saulo precisava do revestimento do Espírito, para confundir os judeus (v. 22). Foi com este fim que o Senhor lhe concedeu a experiência de "ficar cheio do Espírito", num determinado momento.
8. PAULO E ELIMAS O MÁGICO
"Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio (plesso) do Espírito Santo, fitando os olhos nele, disse: filho do Diabo... Agora eis a mão do Senhor sobre ti e ficarás cego... (At. 13:9-11).
O procônsul Sérgio Paulo, era homem sensato mostrou desejo de ouvir a Palavra de Deus. Chamou e tão a Barnabé e a Saulo, para que lhe falassem sobre caminho da salvação. Surgiu então Elimas, o mágico procurando desviá-lo da fé. Elimas era um instrumento do diabo, tentando impedir que Sérgio Paulo viesse a conhecimento de Cristo. A resistência do inimigo era forte e determinada. Um simples pedido de Paulo, para que o mágico se retirasse da conversa, nada adiantaria. Onde quer que Paulo e Barnabé fossem, lá estava ele com mesmo propósito.
Num determinado momento Paulo "ficou cheio do Espírito, e pronunciou palavras de julgamento impregnadas de autoridade espiritual. O resultado foi instantâneo: "Imediatamente, caiu sobre ele (Elimas) uma névoa e trevas, e, andando à roda, procurava quem guiasse pela mão. Então. o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhando-se da doutrina do Senhor"(vs.l1,12).
Observemos mais uma vez que o "ficar cheio" n grego é o verbo Plesso, e sua finalidade foi capacitar Paulo para esta tarefa.
9. PREGADORES CHEIOS DO ESPÍRITO
Muitos irmãos ficam confusos depois de ouvir certo pregador. Enquanto estão ouvindo a mensagem, não têm a menor dúvida de que o pregador está falando "cheio do Espírito". Começam então, a manter um relacionamento mais íntimo com ele, e, em pouco tempo, vem a decepção. Descobrem que em casa com a esposa, filhos, vizinhos e parentes, ele é totalmente diferente do que mostrou quando pregava. Em outras palavras, quando pregava mostrava ser "espiritual", mas agora, fora do púlpito, mostra ser "carnal".
Surge então, a seguinte questão: Será que aquele pregador estava mesmo cheio do Espírito Santo naquele dia? Quem sabe o poder a ele concedido não veio de Deus? Conjecturas desse tipo são intermináveis.
A explicação para uma tal situação, encontra-se na diferença dos dois verbos Plesso e Plero. Acabamos de ver que o Plesso indica um "enchimento de fora para dentro" e é "passageiro". Sua finalidade é capacitar o crente a desempenhar certa tarefa para o Senhor. Mas, uma vez terminada o "revestimento" também se vai. De sorte que, o pregador acima referido só conhecia o ser cheio de fora para dentro, o qual não opera nenhuma mudança no caráter do cristão.