Embasa entrega mapas de nascentes a Amélia Rodrigues e mais sete gestores de prefeituras da RMS

Para a reabilitação florestal das áreas de preservação permanente (APP) dos rios Joanes e Jacuípe, mananciais estratégicos para o abastecimento de água da Região Metropolitana de Salvador, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) entregou, no dia 14 de março de 2018, os mapas das nascentes e áreas marginais desses rios a técnicos e gestores de oito prefeituras. A ação ocorreu durante audiência pública realizada na Cooperativa Nacional de Transporte Coletivo (Coomap), em São Sebastião do Passé, que reuniu, além dos gestores municipais, cerca de 150 pessoas, entre representantes de diversos segmentos sociais e de instituições públicas.

Na foto, gestores do municipio de Candeias recebem o mapa de APPs das mãos de colaborador da Embasa

A Embasa coordena o projeto que visa recuperar, até dezembro de 2020, a vegetação nativa de 100 nascentes em 100 hectares no entorno da bacia dos dois rios, abrangendo áreas situadas em oito municípios: Amélia Rodrigues, Camaçari, Candeias, Dias D’ávila, Mata de São João, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho.

Ao todo, serão aplicados R$ 3,2 milhões, entre recursos do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal (FSA) e a contrapartida da Embasa. “Este é um projeto que vai melhorar a qualidade e a quantidade da água dos rios que têm grande importância para o abastecimento da RMS. Queremos parabenizar a Embasa, a Caixa Econômica Federal e a todos os envolvidos”, afirmou o prefeito de São Sebastião do Passé, Breno Moreira, ao recepcionar os participantes da audiência.

Durante o encontro, foi constituída a unidade gestora do projeto (UGP), composta pela Embasa, representantes do poder público dos municípios, agricultores familiares, assentados da reforma agrária, representantes da sociedade civil organizada e pelas instituições parceiras da Embasa: Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Os membros da UGP vão definir as áreas a serem a trabalhadas, com base no potencial de recuperação  e na capacidade de preservação áreas a serem reflorestadas pelas comunidades locais”, explicou a assistente social da Embasa Golde Stifelman, que conduziu a indicação e a eleição dos membros do grupo. A UGP também será responsável pela fiscalização da aplicação dos recursos destinados ao projeto. 

O Assentamento União, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), é um dos grupos representados na UGP. Eles ocupam uma área de 410 hectares localizada na Nova Fazenda Cantagalo, em Candeias, onde estão acampadas 38 famílias. “Existem várias nascentes no nosso acampamento que precisam de ações de preservação. Nossa expectativa é que a nossa área seja selecionada pelo projeto e que isso contribua para o desenvolvimento de nossa região”, afirmou o coordenador do grupo, Nilton Silva.

Diego Ramires, engenheiro ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Dias D’ávila, comemora a iniciativa. “As águas de Dias D’ávila contribuem significativamente para a alimentação dos rios Joanes e Jacuípe. Este projeto é uma oportunidade de recuperação de diversas APPs do município que se encontram degradadas”, pondera. 

A audiência pública sediada em São Sebastião do Passé é resultado de intenso trabalho de mobilização social que envolveu, ao todo, 20 visitas a comunidades locais nos municípios envolvidos pelo projeto. “A próxima meta é realizar, até junho deste ano, o cadastro de 300 propriedades rurais no cadastro ambiental rural (CAR) e no cadastro estadual florestal de imóveis (CEFIR)”, explicou Golde. “Após esta etapa, iremos elaborar e executar, em conjunto com as instituições parceiras, 10 projetos de recuperação das APPs dos imóveis rurais beneficiados, além de monitorar o processo de recuperação dessas áreas”, completou. O projeto prevê, ainda, a elaboração de um plano regional de pagamento por serviços ambientais.